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psicologia
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Bullying
O bullying é um comportamento que se caracteriza pela ameaça ou agressão (psicológica ou verbal) de forma intencional e repetida e que ocorre sem motivação evidente.
Este comportamento é praticado por um sujeito (designado de bully - valentão) ou por um grupo de sujeitos, com o objectivo de intimidar ou agredir outro sujeito ou grupo de sujeitos. É perpetado por crianças ou jovens que têm, por qualquer motivo, mais força e poder que a vítima.
A escola é um dos lugares onde o bullying é praticado com frequência, uma vez que neste espaço convivem diariamente crianças e/ou adolescentes. Pode ocorrer dentro ou fora da escola, em zonas onde a supervisão adulta é mínima ou inexistente e não está restrito a nenhum tipo específico de instituição: primária ou secundária, pública ou privada, rural ou urbana.
O bullying é um problema grave que acontece todos os dias, um pouco por todo o mundo, e que pode levar a vítima à depressão, à perda de auto-estima e, em último caso, ao suicídio conhecido por "bullycide".
Caracterização do bullying
O bullying divide-se em duas categorias:
• Bullying directo - é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos;
• Bullying indirecto - conhecido como agressão social, é a forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas, caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social.
Este isolamento é obtido através de várias técnicas (espalhar comentários; intimidar outros que desejam relacionar-se com a vítima; criticar o seu modo de vestir, a sua etnia ou religião, incapacidades…).
Existem 5 tipos de actores co-implicados no bullying:
1. Agressor – pretende obter força, poder e domínio; ter fama e popularidade na escola amedrontando os outros;
2. Vítima;
3. Defenders – alunos que defendem as vítimas e são contra o bullying;
4. Bystanders – alunos que presenciam a situação e reforçam positivamente a acção do agressor;
5. Outsiders – alunos que não se manifestam nem de forma positiva nem de forma negativa perante o bullying.
A potencial vítima pode ser uma criança ou um jovem que apresente determinada característica que a torne um alvo fácil, como por exemplo, ser mais gorda/magra, gaguejar, usar óculos... Os pais e educadores devem estar atentos a possíveis sinais (fobia à escola, baixo rendimento, depressão, baixa auto-estima, etc.) que possam surgir por parte dos filhos ou alunos. O bullying não deve ser confundido com as brincadeiras que normalmente acontecem na infância e adolescência.
Técnicas de bullying
• Os bullies combinam a intimidação e a humilhação para atormentar os outros. Por exemplo:
• Roubar e/ou danificar objectos pessoais de uma pessoa, como livros ou material escolar, roupas… Espalhar rumores e comentários negativos sobre a vítima (trocar e passar mensagens ou bilhetes falando mal da pessoa em causa);
• Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando-a;
• Fazer comentários negativos sobre a família da pessoa, sobre a sua aparência pessoal, orientação sexual, religião, raça, nível de vida, nacionalidade…
• Levar a vítima ao isolamento social;
• Praticar o cyberbullying (criar páginas falsas sobre a vítima em variados sites);
• Fazer chantagem;
• Utilizar expressões ameaçadoras;
• Chamar nomes aos colegas;
• Agredir física e/ou verbalmente colegas, de forma sistemática e prolongada no tempo;
• "Fazer chacota" (cochichar) continuamente sobre a vítima;
• Tirar bens aos colegas (dinheiro, objectos pessoais...).
Efeitos do bullying
Quando praticado de forma persistente pode ter um ou vários efeitos no sujeito e/ou no ambiente onde ocorre.
Efeitos sobre o sujeito:
• Ansiedade Sensibilidade a determinadas brincadeiras
• Perda de auto-estima
• Tristeza e irritação
• Medo de expressar emoções
• Problemas de relacionamento
• Abuso de drogas e álcool
• Auto-mutilação e mesmo suicídio (bullycídio)
Efeitos no ambiente escolar:
• Níveis elevados de abstinência escolar
• Alta rotatividade do quadro de pessoal
• Desrespeito pelos professores
• Número de faltas elevado
• Porte de arma por parte de crianças com o objectivo de se protegerem
Quais são as consequências do Bullying sobre o ambiente escolar?
Quando não existe uma intervenção efectiva contra o bullying, o ambiente escolar torna-se problemático. Todos os intervenientes no espaço escolar são (sem excepção) afectados de forma negativa, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo que poderão desencadear outros ainda mais graves para a sociedade, como o abandono escolar, doenças psicossociais...
Para a eliminação da violência na escola, devem ser criadas e tomadas as medidas necessárias por parte das entidades responsáveis. Quando são bem aplicadas e é envolvida toda a comunidade escolar, contribuem para o convívio saudável e equilibrado, ou seja, para a formação de uma cultura de não-violência na escola, e de uma forma mais geral, na sociedade.
Contactos
Serviços de apoio em situações de violência contra as Mulheres
Linha de Emergência Nacional
Serviço de apoio gratuito, funciona pelo telefone, através do número 144 – 24 horas por dia.
Proporciona alojamento de emergência e encaminha para recursos na comunidade
Linha Telefónica de Informação às Vítimas de Violência Doméstica
Serviço de informação, anónimo, confidencial e gratuito, funciona pelo telefone, através do número 800 202 148 - 24 horas por dia.
CIDM – Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres
Dispõe de um serviço de informação e consulta jurídica. É um serviço confidencial e gratuito que funciona com marcação prévia, nas instalações da CIDM.
Morada: Av. da República, nº 32, 1º
1050-193 LISBOA
Telf.: 217 983 000
Fax: 217 983 098
Mail: cig@cig.gov.pt
Horário: 09:30 às 17:30 (dias úteis)
UMAR – União Mulheres Alternativa e Resposta
Uma organização não governamental de mulheres que proporciona atendimento, apoio e acolhimento de mulheres vítimas de violência, através de Centros de Atendimento.
Morada: Rua de São Lázaro, nº 111, 1º Dtº.
1150-330 LISBOA
Telf.: 218 867 986
Fax: 218 867 090
Mail: umar.lisboa@netcabo.pt
APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima
Disponibiliza apoio emocional, jurídico, psicológico e social a quem é vítima de crime e a seus familiares.
Número único: 707 20 00 77
Morada (sede): Rua do Comércio, 56 - 5º,
1100 - 150 LISBOA
Telf.: 218 854 090
Fax: 218 876 351
E-mail: apav.sede@apav.pt
Horário: 10H00 -13H00 / 14H00 - 18H00 (dias úteis)
Serviços de apoio em situações de violência contra as Crianças
Serviços de apoio na comunidade
Em caso de emergência:
Linha de Emergência Nacional
Serviço de apoio gratuito, funciona 24 horas por dia, através do número 144.
Para apresentar queixa:
Dirija-se às autoridades judiciárias da sua área de residência: GNR e PSP.
Para obter cuidados médicos:
Dirija-se às Urgências dos Hospitais ou Centros de Saúde.
Linha de Emergência da Criança Maltratada
De 2ª a 6ª feira, das10h00 às 20h00.
Lisboa, Santarém e Setúbal: 21 343 33 33
Linha S.O.S. Criança - 21 793 18 69
Um serviço anónimo e confidencial de âmbito nacional. De 2ª a 6ª feira, das 09h30 às 18h30
APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima
Disponibiliza apoio emocional, jurídico, psicológico e social a quem é vítima de crime e a seus familiares.
707 200 077 (número nacional).
IAC – Instituto de Apoio à Criança
Rua Machado de Castro, nº 38 - 1º,
3000-320 Coimbra
Tel.: 239 821 280 239 821 280 / 837 533
Fax: 239 821 280
Linha de Emergência Nacional
Serviço de apoio gratuito, funciona pelo telefone, através do número 144 – 24 horas por dia.
Proporciona alojamento de emergência e encaminha para recursos na comunidade
Linha Telefónica de Informação às Vítimas de Violência Doméstica
Serviço de informação, anónimo, confidencial e gratuito, funciona pelo telefone, através do número 800 202 148 - 24 horas por dia.
CIDM – Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres
Dispõe de um serviço de informação e consulta jurídica. É um serviço confidencial e gratuito que funciona com marcação prévia, nas instalações da CIDM.
Morada: Av. da República, nº 32, 1º
1050-193 LISBOA
Telf.: 217 983 000
Fax: 217 983 098
Mail: cig@cig.gov.pt
Horário: 09:30 às 17:30 (dias úteis)
UMAR – União Mulheres Alternativa e Resposta
Uma organização não governamental de mulheres que proporciona atendimento, apoio e acolhimento de mulheres vítimas de violência, através de Centros de Atendimento.
Morada: Rua de São Lázaro, nº 111, 1º Dtº.
1150-330 LISBOA
Telf.: 218 867 986
Fax: 218 867 090
Mail: umar.lisboa@netcabo.pt
APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima
Disponibiliza apoio emocional, jurídico, psicológico e social a quem é vítima de crime e a seus familiares.
Número único: 707 20 00 77
Morada (sede): Rua do Comércio, 56 - 5º,
1100 - 150 LISBOA
Telf.: 218 854 090
Fax: 218 876 351
E-mail: apav.sede@apav.pt
Horário: 10H00 -13H00 / 14H00 - 18H00 (dias úteis)
Serviços de apoio em situações de violência contra as Crianças
Serviços de apoio na comunidade
Em caso de emergência:
Linha de Emergência Nacional
Serviço de apoio gratuito, funciona 24 horas por dia, através do número 144.
Para apresentar queixa:
Dirija-se às autoridades judiciárias da sua área de residência: GNR e PSP.
Para obter cuidados médicos:
Dirija-se às Urgências dos Hospitais ou Centros de Saúde.
Linha de Emergência da Criança Maltratada
De 2ª a 6ª feira, das10h00 às 20h00.
Lisboa, Santarém e Setúbal: 21 343 33 33
Linha S.O.S. Criança - 21 793 18 69
Um serviço anónimo e confidencial de âmbito nacional. De 2ª a 6ª feira, das 09h30 às 18h30
APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima
Disponibiliza apoio emocional, jurídico, psicológico e social a quem é vítima de crime e a seus familiares.
707 200 077 (número nacional).
IAC – Instituto de Apoio à Criança
Rua Machado de Castro, nº 38 - 1º,
3000-320 Coimbra
Tel.: 239 821 280 239 821 280 / 837 533
Fax: 239 821 280
A Violência Contra as Crianças
"Qualquer criança deverá ter o melhor começo de vida possível, deverá receber uma educação básica e de boa qualidade e deverá ter oportunidade de desenvolver o seu potencial máximo e contribuir de forma construtiva para a sociedade."
Kofi Annan, Secretário Geral das Nações Unidas, The State of the World’s Children 2001
Não podemos continuar a ignorar as múltiplas formas de violência contra as Crianças, na rua, na escola, em casa.
Qualquer forma de violência – abusos, negligência, intimidação, trabalho infantil, etc. – é inadmissível e deve ser condenada.
A violência que a Criança testemunha também afecta o seu bem-estar.
É dever do Estado e responsabilidade de todas e todos nós proteger as Crianças e prevenir a violência.
Abuso e Negligência de Crianças
Negligência
O que é?
“A negligência consiste na incapacidade de proporcionar à criança a satisfação das suas necessidades de cuidados básicos de higiene, alimentação, afecto e saúde, indispensáveis ao seu crescimento e desenvolvimento harmoniosos. Pode ser exercida de forma activa, com intenção de causar dano à criança ou de forma passiva, geralmente resultante da incompetência dos pais em assegurar aqueles cuidados. A negligência é uma forma muito frequente de maus-tratos, insidiosa e de graves repercussões para a criança.”
Jeni Canha (2000), Criança Maltratada. O papel de uma pessoa de referência na sua recuperação, Quarteto Editora.
Que formas pode tomar?
Este tipo de abuso traduz-se na incapacidade de proporcionar à criança cuidados ao nível da:
- Higiene (exemplo: não dar banho, não lavar os dentes, etc.),
- Alimentação (exemplo: não proporcionar à criança uma alimentação equilibrada ou mesmo “saltar” refeições, esquecer-se de alimentar a criança, etc.),
- Afecto (exemplo: não transmitir afecto à criança, não lhe demonstrar que é querida e amada, etc.),
- Saúde (exemplo: não levar a criança às consultas médicas de rotina)
- Vigilância (exemplo: deixar a criança sozinha em casa)
Quais os sinais de negligência?
Muitas vezes as crianças mostram sinais que nos podem alertar. Estes sinais podem ajudar os adultos a reconhecer que algo está a acontecer e que é necessária uma intervenção adequada.
Contudo, poderão existir outras razões, que não uma situação de negligência, que expliquem o comportamento, mas se notar uma combinação de alguns dos indicadores descritos deverá ficar atento/a.
- Fome constante
- Emagrecimento
- Procura obsessiva de comida ou de roupa
- Roupa pouco cuidada
- Fraca higiene pessoal
- Cansaço constante
- Chegar frequentemente atrasado/a ou faltar frequentemente à escola
- Doenças ou lesões não tratadas
- Acidentes domésticos frequentes
- Tendências auto-destrutivas
- Baixa auto-estima
- Inexistência de relações sociais
- Fugas frequentes de casa
- Roubos compulsivos
Quais as consequências?
A negligência pode ter sérias consequências, tais como atrasos no desenvolvimento físico, mental e emocional ou mesmo risco de morte.
Abuso Emocional
O que é?
“O abuso emocional constitui um acto de natureza intencional caracterizado pela ausência ou inadequação, persistente ou significativa, activa ou passiva, do suporte afectivo e do reconhecimento das necessidades emocionais do menor. Este tipo de abuso está presente em todas as outras situações de maus-tratos, pelo que só deve ser considerado isoladamente quando constituir a única forma de abuso.”
Teresa Magalhães (2005), Maus tratos em crianças e jovens, Quarteto Editora, Colecção Saúde e Sociedade.
Que formas pode assumir?
São exemplos deste tipo de abuso:
- Insultos
- Humilhação
- Ridicularização
- Desvalorização
- Culpabilização
- Críticas constantes
- Hostilização
- Indiferença
- Rejeição
- Ameaças
- Uso de castigos excessivos (exemplo: fechar no quarto escuro)
- Exposição a situações de violência doméstica
Quais os sinais de abuso emocional?
Muitas vezes as crianças não conseguem falar acerca do abuso, mas mostram sinais que nos podem alertar. Estes sinais podem ajudar os adultos a reconhecer que algo está a acontecer e que é necessária uma intervenção adequada.
Podem existir outras razões, que não uma situação de abuso emocional, que expliquem o comportamento, mas se notar uma combinação de alguns dos indicadores descritos deverá ficar atento/a.
- Problemas de linguagem repentinos
- Extrema passividade ou agressividade
- Sensações de medo, angústia e raiva
- Baixa iniciativa e motivação
- Auto-desvalorização (exemplo: "sou feio/a"; "não faço nada bem feito")
Quais as consequências?
O abuso emocional pode ter sérias consequências, tais como:
- Atrasos no desenvolvimento físico, mental e emocional
- Baixa auto-estima
- Baixo rendimento escolar
Abuso Físico
O que é?
“O abuso físico corresponde a qualquer acção, não acidental, por parte dos pais ou pessoa com responsabilidade, poder ou confiança, que provoque, ou possa provocar, dano físico ao menor.”
Teresa Magalhães (2005), Maus tratos em crianças e jovens, Quarteto Editora, Colecção Saúde e Sociedade.
Que formas pode assumir?
São exemplos deste tipo de abuso:
- Nódoas negras
- Fracturas
- Queimaduras
- Sufocação
- Envenenamento
Quais os sinais de abuso físico?
Muitas vezes as crianças não conseguem falar acerca do abuso, mas mostram sinais que nos podem alertar. Estes sinais podem ajudar os adultos a reconhecer que algo está a acontecer e que é necessária uma intervenção adequada.
Podem existir outras razões, que não uma situação de abuso físico, que expliquem o comportamento, mas se notar uma combinação de alguns dos indicadores descritos deverá ficar atento/a.
- Ter lesões ou queimaduras inexplicáveis, particularmente se são recorrentes
- Ter lesões por tratar
- Ter peladas
- Dar desculpas improváveis para explicar lesões ou recusar falar sobre estas
- Usar roupa para cobrir os braços e as pernas, mesmo no Verão
- Ter medo que os pais possam ser contactados
- Ter medo de voltar para casa
- Recusar o contacto físico
- Ter medo de ter assistência médica
- Ter tendências auto-destrutivas
- Agredir os outros
- Fugir frequentemente
Quais as consequências?
O abuso físico pode ter sérias consequências, tais como:
- Consequências orgânicas, como défice do crescimento físico, sequelas orgânicas de origem traumática, doenças neurológicas ou doenças psiquiátricas
- Atrasos no desenvolvimento físico, mental e emocional
- Baixa auto-estima
- Baixo rendimento escolar
- Dificuldades de relacionamento interpessoal
Abuso Sexual
O que é?
“O abuso sexual traduz-se pelo envolvimento do menor em práticas que visam a gratificação e satisfação sexual do adulto ou jovem mais velho, numa posição de poder ou de autoridade sobre aquele. Trata-se de práticas que o menor, dado o seu estádio de desenvolvimento, não consegue compreender e, para as quais, não está preparado, sendo incapaz de dar o seu consentimento informado e que violam a lei, os tabus sociais e as normas familiares. Pode ser intra ou extra-familiar, sendo mais frequente o primeiro, e ocasional ou repetido, ao longo da infância.”
Teresa Magalhães (2005), Maus tratos em crianças e jovens, Edições Quarteto, Colecção Saúde e Sociedade.
Que formas pode assumir?
São exemplos deste tipo de abuso:
- Telefonemas, mensagens ou imagens obscenas (via telemóvel ou Internet)
- Toques inapropriados
- Contacto com os órgãos sexuais
- Exibicionismo
- Penetração oral, anal ou vaginal
- Pornografia infantil: obrigar a criança a ver ou a participar em fotografias ou filmes pornográficos
- Prostituição infantil
Quais os sinais de abuso sexual?
Muitas vezes as crianças não conseguem falar acerca do abuso, mas mostram sinais que nos podem alertar. Estes sinais podem ajudar os adultos a reconhecer que algo está a acontecer e que é necessária uma intervenção adequada.
Podem existir outras razões, que não uma situação de abuso sexual, que expliquem o comportamento, mas se notar uma combinação de alguns dos indicadores descritos deverá ficar atento/a.
- Mostrar medo, antipatia ou mesmo recusar ver determinados adultos (por exemplo: ama, familiar ou vizinho/a), sem razão aparente
- Exibir mudanças bruscas e inexplicáveis de comportamento, tais como tornar-se agressivo/a ou retraído/a
- Regredir a um padrão de comportamento mais infantil
- Deixar de ter prazer em actividades de que antes gostava, tais como música, desporto, arte, campos de férias, etc.
- Ficar histérico/a quando é despido/a, particularmente a roupa interior
- Parecer estar a guardar um segredo de alguma coisa que o/a preocupa
- Ter uma auto-imagem negativa (exemplo: dizer que não presta, que é mau/má)
- Ter comportamentos sexuais inadequados para a sua idade, estando obcecado/a com questões sexuais em oposição à exploração normal do assunto
- Fazer desenhos explícitos de actos de abuso
- Ficar seriamente deprimido/a
- Ter irritações ou hemorragias nas áreas da garganta, genital ou anal
- Desenvolver perturbações alimentares, tais como anorexia ou bulimia
- Tentar abusar sexualmente de outra criança
- Auto-mutilar-se
- Tentar o suicídio
Quais as consequências?
O abuso sexual pode ter sérias consequências, tais como:
- Sentimento de culpa
- Desconfiança
- Hostilidade
- Ansiedade
- Depressão
- Diminuição da auto-estima
- Ódio para consigo próprio
- Comportamentos sexuais desadequados ou disfunções sexuais
No caso da pornografia infantil, as imagens da criança são, muitas vezes, reproduzidas e mantidas em circulação, nomeadamente através da Internet, durante muitos anos. Assim, a criança é, continuadamente e por um período de tempo indeterminado, vítima de abuso sexual e sujeita a humilhação o que faz com que haja uma permanente lembrança de tudo o que passou, o que poderá ter efeitos devastadores na criança.
Se não existir uma intervenção especializada, precoce e adequada, o abuso sexual pode levar ao alcoolismo, toxicodependência, doença mental, prostituição, tentativas de suicídio e abuso de gerações futuras.
Kofi Annan, Secretário Geral das Nações Unidas, The State of the World’s Children 2001
Não podemos continuar a ignorar as múltiplas formas de violência contra as Crianças, na rua, na escola, em casa.
Qualquer forma de violência – abusos, negligência, intimidação, trabalho infantil, etc. – é inadmissível e deve ser condenada.
A violência que a Criança testemunha também afecta o seu bem-estar.
É dever do Estado e responsabilidade de todas e todos nós proteger as Crianças e prevenir a violência.
Abuso e Negligência de Crianças
Negligência
O que é?
“A negligência consiste na incapacidade de proporcionar à criança a satisfação das suas necessidades de cuidados básicos de higiene, alimentação, afecto e saúde, indispensáveis ao seu crescimento e desenvolvimento harmoniosos. Pode ser exercida de forma activa, com intenção de causar dano à criança ou de forma passiva, geralmente resultante da incompetência dos pais em assegurar aqueles cuidados. A negligência é uma forma muito frequente de maus-tratos, insidiosa e de graves repercussões para a criança.”
Jeni Canha (2000), Criança Maltratada. O papel de uma pessoa de referência na sua recuperação, Quarteto Editora.
Que formas pode tomar?
Este tipo de abuso traduz-se na incapacidade de proporcionar à criança cuidados ao nível da:
- Higiene (exemplo: não dar banho, não lavar os dentes, etc.),
- Alimentação (exemplo: não proporcionar à criança uma alimentação equilibrada ou mesmo “saltar” refeições, esquecer-se de alimentar a criança, etc.),
- Afecto (exemplo: não transmitir afecto à criança, não lhe demonstrar que é querida e amada, etc.),
- Saúde (exemplo: não levar a criança às consultas médicas de rotina)
- Vigilância (exemplo: deixar a criança sozinha em casa)
Quais os sinais de negligência?
Muitas vezes as crianças mostram sinais que nos podem alertar. Estes sinais podem ajudar os adultos a reconhecer que algo está a acontecer e que é necessária uma intervenção adequada.
Contudo, poderão existir outras razões, que não uma situação de negligência, que expliquem o comportamento, mas se notar uma combinação de alguns dos indicadores descritos deverá ficar atento/a.
- Fome constante
- Emagrecimento
- Procura obsessiva de comida ou de roupa
- Roupa pouco cuidada
- Fraca higiene pessoal
- Cansaço constante
- Chegar frequentemente atrasado/a ou faltar frequentemente à escola
- Doenças ou lesões não tratadas
- Acidentes domésticos frequentes
- Tendências auto-destrutivas
- Baixa auto-estima
- Inexistência de relações sociais
- Fugas frequentes de casa
- Roubos compulsivos
Quais as consequências?
A negligência pode ter sérias consequências, tais como atrasos no desenvolvimento físico, mental e emocional ou mesmo risco de morte.
Abuso Emocional
O que é?
“O abuso emocional constitui um acto de natureza intencional caracterizado pela ausência ou inadequação, persistente ou significativa, activa ou passiva, do suporte afectivo e do reconhecimento das necessidades emocionais do menor. Este tipo de abuso está presente em todas as outras situações de maus-tratos, pelo que só deve ser considerado isoladamente quando constituir a única forma de abuso.”
Teresa Magalhães (2005), Maus tratos em crianças e jovens, Quarteto Editora, Colecção Saúde e Sociedade.
Que formas pode assumir?
São exemplos deste tipo de abuso:
- Insultos
- Humilhação
- Ridicularização
- Desvalorização
- Culpabilização
- Críticas constantes
- Hostilização
- Indiferença
- Rejeição
- Ameaças
- Uso de castigos excessivos (exemplo: fechar no quarto escuro)
- Exposição a situações de violência doméstica
Quais os sinais de abuso emocional?
Muitas vezes as crianças não conseguem falar acerca do abuso, mas mostram sinais que nos podem alertar. Estes sinais podem ajudar os adultos a reconhecer que algo está a acontecer e que é necessária uma intervenção adequada.
Podem existir outras razões, que não uma situação de abuso emocional, que expliquem o comportamento, mas se notar uma combinação de alguns dos indicadores descritos deverá ficar atento/a.
- Problemas de linguagem repentinos
- Extrema passividade ou agressividade
- Sensações de medo, angústia e raiva
- Baixa iniciativa e motivação
- Auto-desvalorização (exemplo: "sou feio/a"; "não faço nada bem feito")
Quais as consequências?
O abuso emocional pode ter sérias consequências, tais como:
- Atrasos no desenvolvimento físico, mental e emocional
- Baixa auto-estima
- Baixo rendimento escolar
Abuso Físico
O que é?
“O abuso físico corresponde a qualquer acção, não acidental, por parte dos pais ou pessoa com responsabilidade, poder ou confiança, que provoque, ou possa provocar, dano físico ao menor.”
Teresa Magalhães (2005), Maus tratos em crianças e jovens, Quarteto Editora, Colecção Saúde e Sociedade.
Que formas pode assumir?
São exemplos deste tipo de abuso:
- Nódoas negras
- Fracturas
- Queimaduras
- Sufocação
- Envenenamento
Quais os sinais de abuso físico?
Muitas vezes as crianças não conseguem falar acerca do abuso, mas mostram sinais que nos podem alertar. Estes sinais podem ajudar os adultos a reconhecer que algo está a acontecer e que é necessária uma intervenção adequada.
Podem existir outras razões, que não uma situação de abuso físico, que expliquem o comportamento, mas se notar uma combinação de alguns dos indicadores descritos deverá ficar atento/a.
- Ter lesões ou queimaduras inexplicáveis, particularmente se são recorrentes
- Ter lesões por tratar
- Ter peladas
- Dar desculpas improváveis para explicar lesões ou recusar falar sobre estas
- Usar roupa para cobrir os braços e as pernas, mesmo no Verão
- Ter medo que os pais possam ser contactados
- Ter medo de voltar para casa
- Recusar o contacto físico
- Ter medo de ter assistência médica
- Ter tendências auto-destrutivas
- Agredir os outros
- Fugir frequentemente
Quais as consequências?
O abuso físico pode ter sérias consequências, tais como:
- Consequências orgânicas, como défice do crescimento físico, sequelas orgânicas de origem traumática, doenças neurológicas ou doenças psiquiátricas
- Atrasos no desenvolvimento físico, mental e emocional
- Baixa auto-estima
- Baixo rendimento escolar
- Dificuldades de relacionamento interpessoal
Abuso Sexual
O que é?
“O abuso sexual traduz-se pelo envolvimento do menor em práticas que visam a gratificação e satisfação sexual do adulto ou jovem mais velho, numa posição de poder ou de autoridade sobre aquele. Trata-se de práticas que o menor, dado o seu estádio de desenvolvimento, não consegue compreender e, para as quais, não está preparado, sendo incapaz de dar o seu consentimento informado e que violam a lei, os tabus sociais e as normas familiares. Pode ser intra ou extra-familiar, sendo mais frequente o primeiro, e ocasional ou repetido, ao longo da infância.”
Teresa Magalhães (2005), Maus tratos em crianças e jovens, Edições Quarteto, Colecção Saúde e Sociedade.
Que formas pode assumir?
São exemplos deste tipo de abuso:
- Telefonemas, mensagens ou imagens obscenas (via telemóvel ou Internet)
- Toques inapropriados
- Contacto com os órgãos sexuais
- Exibicionismo
- Penetração oral, anal ou vaginal
- Pornografia infantil: obrigar a criança a ver ou a participar em fotografias ou filmes pornográficos
- Prostituição infantil
Quais os sinais de abuso sexual?
Muitas vezes as crianças não conseguem falar acerca do abuso, mas mostram sinais que nos podem alertar. Estes sinais podem ajudar os adultos a reconhecer que algo está a acontecer e que é necessária uma intervenção adequada.
Podem existir outras razões, que não uma situação de abuso sexual, que expliquem o comportamento, mas se notar uma combinação de alguns dos indicadores descritos deverá ficar atento/a.
- Mostrar medo, antipatia ou mesmo recusar ver determinados adultos (por exemplo: ama, familiar ou vizinho/a), sem razão aparente
- Exibir mudanças bruscas e inexplicáveis de comportamento, tais como tornar-se agressivo/a ou retraído/a
- Regredir a um padrão de comportamento mais infantil
- Deixar de ter prazer em actividades de que antes gostava, tais como música, desporto, arte, campos de férias, etc.
- Ficar histérico/a quando é despido/a, particularmente a roupa interior
- Parecer estar a guardar um segredo de alguma coisa que o/a preocupa
- Ter uma auto-imagem negativa (exemplo: dizer que não presta, que é mau/má)
- Ter comportamentos sexuais inadequados para a sua idade, estando obcecado/a com questões sexuais em oposição à exploração normal do assunto
- Fazer desenhos explícitos de actos de abuso
- Ficar seriamente deprimido/a
- Ter irritações ou hemorragias nas áreas da garganta, genital ou anal
- Desenvolver perturbações alimentares, tais como anorexia ou bulimia
- Tentar abusar sexualmente de outra criança
- Auto-mutilar-se
- Tentar o suicídio
Quais as consequências?
O abuso sexual pode ter sérias consequências, tais como:
- Sentimento de culpa
- Desconfiança
- Hostilidade
- Ansiedade
- Depressão
- Diminuição da auto-estima
- Ódio para consigo próprio
- Comportamentos sexuais desadequados ou disfunções sexuais
No caso da pornografia infantil, as imagens da criança são, muitas vezes, reproduzidas e mantidas em circulação, nomeadamente através da Internet, durante muitos anos. Assim, a criança é, continuadamente e por um período de tempo indeterminado, vítima de abuso sexual e sujeita a humilhação o que faz com que haja uma permanente lembrança de tudo o que passou, o que poderá ter efeitos devastadores na criança.
Se não existir uma intervenção especializada, precoce e adequada, o abuso sexual pode levar ao alcoolismo, toxicodependência, doença mental, prostituição, tentativas de suicídio e abuso de gerações futuras.
A Violência Doméstica
A violência doméstica é talvez a forma mais generalizada de violência contra as Mulheres.
Este tipo de violência ocorre em todas as partes do mundo, em todos os estratos sociais e em todos os grupos etários.
Como tal diz respeito a todos.
Até aos anos 90, a violência doméstica era considerada um assunto da esfera privada, tanto pela sociedade como pelos governos.
A tomada de consciência, da necessidade de proteger as Mulheres da violência que ocorre no seio da família (ou no contexto doméstico) e de tomar medidas para punir os agressores é recente, nomeadamente por parte das autoridades.
É urgente, não só aplicar as leis sobre esta matéria, vigentes no País, como é urgente a formação dos profissionais que lidam diariamente com sobreviventes de violência doméstica (polícias, médicas/os, advogadas/os, juízes e outros profissionais) no sentido de criar uma Rede Comunitária Articulada e Especializada nas áreas da Violência contra as Mulheres e Crianças.
O que é?
A violência doméstica resulta da dominação e controlo de um indivíduo sobre outro indivíduo sendo que na maior parte das vezes, a pessoa que agride é a pessoa com quem vivemos. A violência doméstica não tem fronteiras, ocorre em todos os casais (hetero/ homossexuais), estratos sociais, faixas etárias, religiões, etnias, etc. As estatísticas disponíveis não transcrevem a dimensão real da situação. Apenas uma pequena percentagem das situações de violência doméstica é denunciada junto das autoridades.
Segundo dados da Estrutura de Missão Contra a Violência Doméstica, em Portugal, 1 em cada 3 Mulheres sofre alguma forma de violência durante a vida.
São várias as razões que contribuem para que as Mulheres nem sempre denunciam as violências de que são alvo:
- O medo
- A vergonha
- A baixa auto-estima que desenvolvem
- O sentimento de culpa
- A dependência económica
Mitos e realidades sobre a violência doméstica
São muitos os mitos acerca da violência doméstica.
Acreditar neles perpetua o problema.
Mito: O álcool e/ou as drogas fazem com que as pessoas se tornem violentas.
Realidade: As substâncias químicas não são a causa da violência, mas podem potenciá-la porque têm um efeito desinibidor.
Mito: Os homens que batem nas Mulheres são doentes mentais.
Realidade: Os agressores são pessoas “normais”. No entanto, a forma como se comportam nas relações interpessoais pode revelar uma estrutura violenta.
Mito: A violência doméstica é um problema que não afecta muitas Mulheres e só existe em famílias de baixo nível socioeconómico.
Realidade: As estatísticas internacionais indicam que existam entre 20% e 30% de Mulheres vítimas dos seus companheiros ou maridos, que provêm de todos os estratos sociais, de todas as idades, raças e credos religiosos.
Mito: Uma agressão é apenas uma perda momentânea da razão por parte da pessoa que agride.
Realidade: Qualquer tipo de violência, de uma pessoa sobre outra, é crime. O/A agressor/a age para manter o controlo.
Mito: As Mulheres vítimas de violência consideram importante para o desenvolvimento dos/as filhos/as a convivência destes com o pai.
Realidade: Cientificamente está provado que só pelo facto de as crianças estarem expostas a situações de violência é possível observar o impacto dessas vivências através de alterações comportamentais, emocionais e psicológicas das crianças.
Mito: As Mulheres vítimas de violência doméstica só o são porque não saem de casa e até devem gostar de apanhar.
Realidade: As Mulheres sobreviventes de violência canalizam as suas energias, diariamente, a tentar sobreviver e a evitar serem mortas.
Mito: A Mulher não pode sair de casa porque perde direitos e pode ficar sem os/as filhos/as.
Realidade: A Mulher tem o direito e a responsabilidade de proteger-se a si e aos seus filhos.
Mito: O álcool e as drogas tornam o homem violento.
Realidade: A maior parte dos homens violentos, são-no, sem estarem sob o efeito do álcool ou drogas.
O que posso fazer se conhecer uma mulher que esteja envolvida numa situação de violência doméstica?
- Não julgar. Ouvir. Acreditar
- Respeitar as decisões que ela tomar, ela pode ainda não estar pronta para sair da relação
- Dizer-lhe que a violência não é responsabilidade dela
- Dizer-lhe que a violência doméstica não é aceitável
- Dizer-lhe que está disponível para a apoiar
- Estabelecer com ela um plano de segurança
- Informar que existem organizações que fornecem apoio e garantem a confidencialidade
- Dizer-lhe que poderá apresentar queixa na Esquadra da PSP ou GNR mais próxima, Polícia Judiciária ou dirigir-se aos serviços do Ministério Público do Tribunal da sua Comarca
Este tipo de violência ocorre em todas as partes do mundo, em todos os estratos sociais e em todos os grupos etários.
Como tal diz respeito a todos.
Até aos anos 90, a violência doméstica era considerada um assunto da esfera privada, tanto pela sociedade como pelos governos.
A tomada de consciência, da necessidade de proteger as Mulheres da violência que ocorre no seio da família (ou no contexto doméstico) e de tomar medidas para punir os agressores é recente, nomeadamente por parte das autoridades.
É urgente, não só aplicar as leis sobre esta matéria, vigentes no País, como é urgente a formação dos profissionais que lidam diariamente com sobreviventes de violência doméstica (polícias, médicas/os, advogadas/os, juízes e outros profissionais) no sentido de criar uma Rede Comunitária Articulada e Especializada nas áreas da Violência contra as Mulheres e Crianças.
O que é?
A violência doméstica resulta da dominação e controlo de um indivíduo sobre outro indivíduo sendo que na maior parte das vezes, a pessoa que agride é a pessoa com quem vivemos. A violência doméstica não tem fronteiras, ocorre em todos os casais (hetero/ homossexuais), estratos sociais, faixas etárias, religiões, etnias, etc. As estatísticas disponíveis não transcrevem a dimensão real da situação. Apenas uma pequena percentagem das situações de violência doméstica é denunciada junto das autoridades.
Segundo dados da Estrutura de Missão Contra a Violência Doméstica, em Portugal, 1 em cada 3 Mulheres sofre alguma forma de violência durante a vida.
São várias as razões que contribuem para que as Mulheres nem sempre denunciam as violências de que são alvo:
- O medo
- A vergonha
- A baixa auto-estima que desenvolvem
- O sentimento de culpa
- A dependência económica
Mitos e realidades sobre a violência doméstica
São muitos os mitos acerca da violência doméstica.
Acreditar neles perpetua o problema.
Mito: O álcool e/ou as drogas fazem com que as pessoas se tornem violentas.
Realidade: As substâncias químicas não são a causa da violência, mas podem potenciá-la porque têm um efeito desinibidor.
Mito: Os homens que batem nas Mulheres são doentes mentais.
Realidade: Os agressores são pessoas “normais”. No entanto, a forma como se comportam nas relações interpessoais pode revelar uma estrutura violenta.
Mito: A violência doméstica é um problema que não afecta muitas Mulheres e só existe em famílias de baixo nível socioeconómico.
Realidade: As estatísticas internacionais indicam que existam entre 20% e 30% de Mulheres vítimas dos seus companheiros ou maridos, que provêm de todos os estratos sociais, de todas as idades, raças e credos religiosos.
Mito: Uma agressão é apenas uma perda momentânea da razão por parte da pessoa que agride.
Realidade: Qualquer tipo de violência, de uma pessoa sobre outra, é crime. O/A agressor/a age para manter o controlo.
Mito: As Mulheres vítimas de violência consideram importante para o desenvolvimento dos/as filhos/as a convivência destes com o pai.
Realidade: Cientificamente está provado que só pelo facto de as crianças estarem expostas a situações de violência é possível observar o impacto dessas vivências através de alterações comportamentais, emocionais e psicológicas das crianças.
Mito: As Mulheres vítimas de violência doméstica só o são porque não saem de casa e até devem gostar de apanhar.
Realidade: As Mulheres sobreviventes de violência canalizam as suas energias, diariamente, a tentar sobreviver e a evitar serem mortas.
Mito: A Mulher não pode sair de casa porque perde direitos e pode ficar sem os/as filhos/as.
Realidade: A Mulher tem o direito e a responsabilidade de proteger-se a si e aos seus filhos.
Mito: O álcool e as drogas tornam o homem violento.
Realidade: A maior parte dos homens violentos, são-no, sem estarem sob o efeito do álcool ou drogas.
O que posso fazer se conhecer uma mulher que esteja envolvida numa situação de violência doméstica?
- Não julgar. Ouvir. Acreditar
- Respeitar as decisões que ela tomar, ela pode ainda não estar pronta para sair da relação
- Dizer-lhe que a violência não é responsabilidade dela
- Dizer-lhe que a violência doméstica não é aceitável
- Dizer-lhe que está disponível para a apoiar
- Estabelecer com ela um plano de segurança
- Informar que existem organizações que fornecem apoio e garantem a confidencialidade
- Dizer-lhe que poderá apresentar queixa na Esquadra da PSP ou GNR mais próxima, Polícia Judiciária ou dirigir-se aos serviços do Ministério Público do Tribunal da sua Comarca
A Violência Contra as Mulheres
Em 1993, na Conferência Mundial sobre os Direitos Humanos que decorreu em Viena (Áustria), a comunidade internacional reconheceu que a violência contra as Mulheres é:
- uma violação grave dos Direitos Humanos
- uma forma de discriminação contra as Mulheres
Tanto as Nações Unidas como o Conselho da Europa consideram que a violência contra as Mulheres é um obstáculo à concretização da igualdade entre mulheres e homens, porque:
- decorre das relações de força desiguais entre mulheres e homens e conduz a uma discriminação grave contra o sexo feminino tanto na sociedade como na família;
- viola os direitos da pessoa humana e as suas liberdades fundamentais, impedindo de os exercer parcial ou totalmente;
- atenta contra a integridade física, psíquica e/ou sexual das Mulheres.
Formas de violência
A violência contra as mulheres toma várias formas: tanto pode ser física, psicológica, emocional, verbal, económica e/ou sexual.
O objectivo da pessoa que agride é sempre o de controlar a mulher, isolá-la, torná-la frágil e insegura.
Exemplos de violência física:
- Bofetadas
- Puxar
- Empurrar
- Esmurrar
- Beliscar/picar
- Morder
- Arranhar
- Deitar ao chão
- Socos, pontapés
- Cuspir
- Bater com um objecto
- Agredir com armas ou objectos (pau, régua, cinto, chicote, faca, etc.)
Exemplos de violência psicológica:
- Ameaçar bater
- Ameaçar fazer mal às crianças
- Ameaçar usar uma arma
- Ameaçar matar-se
- Partir objectos, destruir bens pessoais
- Dar murros nas paredes
- Bater com as portas
- Perseguir (telefonemas incessantes, e-mails ou mensagens ameaçadores, fazer esperas)
Exemplos de violência emocional:
- Criticar pensamentos, sentimentos, opiniões e acções
- Culpar de tudo o que corre mal
- Deitar abaixo devido a defeitos físicos
- Perseguir no contexto do emprego, família ou amigo/as
- Ter atitudes de extremo ciúme (acusa-a de ter amantes, de andar a enganar)
- Controlar as conversar telefónicas, os quilómetros do carro
- Proibir de usar o telefone, de ver amigas/os
- Não deixar sair de casa
- Forçar a fazer coisas degradantes (por exemplo: ajoelhar-se)
- Insultar pessoas de quem gosta, amigas/os ou família
- Tratar como se fosse uma empregada
- Não considerar a sua opinião nas decisões da família
Exemplos de violência verbal:
- Insultar, chamar nomes
- Fazer comentários cruéis
- Berrar
Exemplos de violência económica:
- Tirar o dinheiro (ordenado, subsídios e pensões)
- Esconder a situação financeira do casal, negar o acesso à conta bancária
- Obrigar a pedir dinheiro e a prestar contas
- Controlar as despesas (o que comprou, quanto gastou, o uso do carro, o uso do telefone)
Exemplos de violência sexual:
- Chamar de prostituta
- Toques não desejados
- Forçar a actos sexuais que não deseja
- Forçar a ter relações sexuais com outras pessoas
- Exigir sexo quando está doente, cansada ou depois de lhe ter batido
- Violação
- uma violação grave dos Direitos Humanos
- uma forma de discriminação contra as Mulheres
Tanto as Nações Unidas como o Conselho da Europa consideram que a violência contra as Mulheres é um obstáculo à concretização da igualdade entre mulheres e homens, porque:
- decorre das relações de força desiguais entre mulheres e homens e conduz a uma discriminação grave contra o sexo feminino tanto na sociedade como na família;
- viola os direitos da pessoa humana e as suas liberdades fundamentais, impedindo de os exercer parcial ou totalmente;
- atenta contra a integridade física, psíquica e/ou sexual das Mulheres.
Formas de violência
A violência contra as mulheres toma várias formas: tanto pode ser física, psicológica, emocional, verbal, económica e/ou sexual.
O objectivo da pessoa que agride é sempre o de controlar a mulher, isolá-la, torná-la frágil e insegura.
Exemplos de violência física:
- Bofetadas
- Puxar
- Empurrar
- Esmurrar
- Beliscar/picar
- Morder
- Arranhar
- Deitar ao chão
- Socos, pontapés
- Cuspir
- Bater com um objecto
- Agredir com armas ou objectos (pau, régua, cinto, chicote, faca, etc.)
Exemplos de violência psicológica:
- Ameaçar bater
- Ameaçar fazer mal às crianças
- Ameaçar usar uma arma
- Ameaçar matar-se
- Partir objectos, destruir bens pessoais
- Dar murros nas paredes
- Bater com as portas
- Perseguir (telefonemas incessantes, e-mails ou mensagens ameaçadores, fazer esperas)
Exemplos de violência emocional:
- Criticar pensamentos, sentimentos, opiniões e acções
- Culpar de tudo o que corre mal
- Deitar abaixo devido a defeitos físicos
- Perseguir no contexto do emprego, família ou amigo/as
- Ter atitudes de extremo ciúme (acusa-a de ter amantes, de andar a enganar)
- Controlar as conversar telefónicas, os quilómetros do carro
- Proibir de usar o telefone, de ver amigas/os
- Não deixar sair de casa
- Forçar a fazer coisas degradantes (por exemplo: ajoelhar-se)
- Insultar pessoas de quem gosta, amigas/os ou família
- Tratar como se fosse uma empregada
- Não considerar a sua opinião nas decisões da família
Exemplos de violência verbal:
- Insultar, chamar nomes
- Fazer comentários cruéis
- Berrar
Exemplos de violência económica:
- Tirar o dinheiro (ordenado, subsídios e pensões)
- Esconder a situação financeira do casal, negar o acesso à conta bancária
- Obrigar a pedir dinheiro e a prestar contas
- Controlar as despesas (o que comprou, quanto gastou, o uso do carro, o uso do telefone)
Exemplos de violência sexual:
- Chamar de prostituta
- Toques não desejados
- Forçar a actos sexuais que não deseja
- Forçar a ter relações sexuais com outras pessoas
- Exigir sexo quando está doente, cansada ou depois de lhe ter batido
- Violação
Violência entre jovens
A agressão nunca poderá ser uma solução aceitável para resolver conflitos e isso deve ficar bem claro quando lidamos com jovens. Quem tem opiniões ou posturas divergentes tem de encontrar alternativas que não passem pela agressão. Partindo deste princípio, o passo seguinte é a responsabilização. Todos nós (e os mais jovens não são excepção) somos responsáveis pelo nosso comportamento face aos outros. Logo, a autodisciplina e o controlo são valores que devem ser promovidos, juntamente com a ideia de que devemos aprender a conhecer as nossas emoções. A raiva, que está na origem de numerosos episódios de violência entre pares, é uma resposta secundária a emoções a montante, como a frustração ou o medo de ser rejeitado(a). Assim, aprender a adiar a resposta agressiva, fomenta o contacto com a razão subjacente ao mal-estar e poderá evitar uma reacção violenta.
A eliminação ou redução de comportamentos violentos (comummente designados bullying) passa pelo respeito pelos sentimentos dos outros e a disponibilidade para os ouvir. Há que evitar comentários críticos e/ou expressões de troça, pois humilham e não facilitam a comunicação.
Quando, sobretudo na escola, se detectam episódios de bullying podem distinguir-se três grupos de alunos:
- agressores;
- vítimas;
- o grupo mais numeroso dos que nada fazem e fingem não ter nada a ver com o assunto.
Qualquer acção que a escola tome para resolver o problema do bullying deverá implicar os três grupos de jovens, responsabilizando-os, pois sem a sua participação activa num plano concertado, os resultados obtidos não serão definitivos. Este plano deverá implicar toda a comunidade educativa, implicando também os adultos. Assim sendo, e segundo vários autores, são necessários três pré-requisitos básicos para um plano bem-sucedido de combate à violência na escola:
- reconhecer que o problema existe;
- criar um clima de abertura, no qual o bullying possa ser discutido;
- envolver pais, professores e alunos.
O bullying pode ser reduzido – mas não garantidamente eliminado – graças ao trabalho conjunto de professores, educadores, pais e alunos, num esforço para criar um clima em que haja o sentimento de um trabalho conjunto para a escola. Um clima positivo, no qual há gosto pelos colegas reduz significativamento o bullying, tanto do ponto de vista do agressor como do ponto de vista da vítima
Alguns estudos internacionais indicam que cerca de 19% dos jovens inqueridos relataram exercício de violência sobre os pares com uma frequência moderada a elevada e 10% dos jovens relataram fazê-lo todas as semanas. Por outro lado, cerca de 17% dos jovens inquiridos revelaram ser alvo de bullying com uma frequência moderada a elevada, enquanto 8% definiram esta frequência como semanal.
Um estudo apresentado em Portugal em 1996, com uma amostra de seis mil e duzentos alunos em escolas públicas das áreas urbanas, suburbanas e rurais no Norte do País, relatou que 21% dos alunos inquiridos terão já sido agredidos por colegas, enquanto 18% afirmam já terem tido um comportamento agressivo, registando-se três ou mais vezes no ano transacto. Os comportamentos violentos mais frequentes são insultos, seguidos de agressões físicas, rumores pejorativos e roubo. Esse estudo também verificou que a maior parte das situações ocorrem no recreio.
A percentagem de jovens que são alvo de violência tende a diminuir com a idade e com o aumento de nível de escolaridade, embora muitos jovens, sobretudo os mais velhos, não refiram os episódios de bullying. E são também os mais velhos que falam mais no poder do agressor, enquanto os mais novos referem mais a questão da exclusão social.
Agressores, vítimas e elementos passivos
Entre os agressores há uma maior probabilidade de observar outros comportamentos violentos ou anti-sociais – lutas, roubos, consumo de substâncias ilícitas – e muitos deles, não só têm notas mais baixas do que a média como acabam por desistir da escola. Os alunos que integram este grupo têm atitudes mais positivas sobre a violência, baixa resistência à frustração, dificuldade em obedecer a regras e tendem a ser agressivos para com os adultos.
As vítimas são geralmente classificadas como passivas ou provocadoras. As vítimas passivas são introvertidas, pouco confiantes, têm medo de ser magoadas e demonstram maior à-vontade na interacção com os adultos. As vítimas provocadoras tendem a ser excessivamente activas, apresentam dificuldades de concentração e tentam agredir crianças mais novas/fracas, podendo ser alvo de violência por parte de vários jovens.
Os jovens que são vítimas de bullying podem tentar evitar a escola recorrendo a vários argumentos e têm, em média, notas mais baixas. A curto-prazo, mostram-se mais ansiosos e depressivos, apresentando maior incidência de «doenças» (dor de cabeça, dor de barriga, entre outras).
Os jovens que integram o grupo dos indivíduos com duplo envolvimento não se autoproclamam como agressores ou vítimas mas são referidos pelos colegas como agressores ou vítimas.
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